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capa da série de poemas Abismos

Contas

Só lembro dos dias por causa das contasEmpilhadas, pisoteadas, sujas de sangueElas continuam chegandoMesmo se os carteiros estiverem mortosContinuam chegandoJunto com spams e links maliciososNas ondas dos satélites, no bico dos pássarosNo aumento dos impostos, na propina dos marechaisNas mensagens sublimares e megafones digitaisGritadas por agentes mascarados a dois metros

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capa da série de poemas Abismos

Feliz ano novo

Pai, você viu os fogos no céu da cidade? Era primeiro de janeiro. Tinha branco, cor de rosa, brilho roxo e azul. Havia tanta alegria na avenida. Troquei abraços, feliz ano novo, troquei carícias e beijos em público como quem não deve nada a ninguém. Fiz tanto pedido, tanta algazarra!

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capa da série de poemas Abismos

São dez horas, obedeçam à lei

A sirene toca na cidade: são dez horas, obedeçam à lei! Corram para casa e ouçam atentos o sermão do dia transmitido via redes sociais. Cubram as musas do pescoço às canelas. Escondam o sexo, desfilem pudores, proíbam o beijo. Recitem em voz alta diante do espelho as normas da

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capa da série de poemas Abismos

Um segundo antes do fim

Ele para, atento, à beira do precipício. Para um segundo antes do fim, a tempo de ver a manada caindo. Os animais desabam uns sobre os outros. Empurram uns aos outros, agridem uns aos outros, e uns com os outros vão se derramando. Despencam como membros a formar um animal maior, irracional,

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